quarta-feira, 1 de junho de 2016

Hello my friends!!!! 

Ai ai gente... as semanas estão passando, meus bebezinhos só crescendo, e minha barriga também, hahaha. Estes dias resolvi pesquisar sobre o desenvolvimento do sistema digestório e urinário. É muita informação, nossa! Mas estou curtindo muito aprender cada dia mais sobre a formação dos bebês. E claro, é ótimo poder compartilhar este aprendizado com vocês. 
Então vamos ao que interessa...



Desenvolvimento do Sistema digestório

 Durante a quarta semana do desenvolvimento embrionário, há a formação do intestino primitivo. Ele se desenvolve quando as pregas cefálicas, caudal e lateral incorporam a parte dorsal do saco vitelino (vesícula umbilical). O epitélio nas extremidades cranial e caudal do trato digestório deriva-se do estomodeu e do proctomeu (fig. 1).


Figura 1  Corte mediano de um embrião de quatro semanas, mostrando o sistema primitivo e seu suprimento sanguíneo.

 O revestimento do sistema digestório é formado quase totalmente pelo endoderma. As exceções são a boca, que é revestida pelo ectoderma, e os músculos do conjuntivo associados ao epitélio de revestimento, que são derivados do mesoderma. O endoderma do intestino primitivo, depois do desdobramento, fica restrito à região interna, onde é formado o revestimento do aparelho digestório. Origina também outras porções, como por exemplo, partes do revestimento das vias respiratórias.
A porção revestida pelo endoderma é dividida em 3 porções intestinais: intestino anterior, intestino médio e intestino posterior.

 O intestino anterior origina a faringe, o esôfago, o estômago, a primeira porção do intestino delgado (o duodeno), o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar;

O intestino médio deriva o resto do intestino delgado (o jejuno e o íleo) e parte do intestino grosso (ceco, apêndice, cólon ascendente e metade do cólon transverso);

 O intestino posterior forma a última porção do intestino grosso (metade ou o terço distal do cólon transverso, cólon descendente, sigmoide e reto) e a porção superior do canal anal.


Desenvolvimento do Esôfago

O esôfago começa a se formar na 7° semana do desenvolvimento, mas  vai se alongando rapidamente. É revestido pelo endoderma formando um epitélio estratificado não queratinizado. Esse epitélio é importante porque confere ao esôfago a capacidade de proteção durante a passagem de alimento da boca para o estômago. Tanto o epitélio quanto as glândulas esofágicas são derivados do endoderma de revestimento do intestino anterior. Já o tecido conjuntivo e muscular são derivados do mesoderma, tanto o músculo liso quanto o músculo esquelético associados ao esôfago.


Ilustração representando uma fístura traqueoesofágica.
Durante a formação do esôfago pode ocorrer a atresia esofágica, que é uma anomalia congênita ocasionada pela o mau desenvolvimento do esôfago. Normalmente ocorrendo a fístula traqueoesofágica (comunicação anormal entre a traqueia e o esôfago) figura ao lado. Um feto com atresia esofágica é incapaz de engolir o líquido amniótico. Esta é um condição rara que afeta aproximadamente 1 a cada 4.500 nascidos vivos. 





Desenvolvimento do Estômago

O estômago é formado por uma dilatação delicada, indicando o local do estômago primitivo. Ele estende de tamanho com sua borda dorsal crescendo com mais rapidez que a borda ventral, formando a grande curvatura do estômago (Fig. 3).

Com o aumento do estômago, ele faz um giro de 90 graus no seu próprio eixo e fica com sua maior porção na transversal (no sentido do maior eixo do corpo). Essa rotação é importante porque através do reposicionamento do estômago, também é feito o reposicionamento de órgãos como fígado, pâncreas e alças intestinais.



Figura 3 Desenvolvimento do estômago. D, embrião de aproximadamente 40 dias. E, embrião de aproximadamente 48 dias.


O estômago possui função mista:

 

>Função endócrina: secreta a secretina e colecistocinina (hormônios responsáveis pelo controle da secreção do suco pancreático);


>Função exócrina: liberação de enzimas digestivas para a digestão do restante do alimento e secreção de fluido ácido para promoção do pH ideal para liberação das enzimas digestivas. E ainda, transforma o bolo alimentar em quimo, promove a digestão de carboidratos e proteínas e também a quebra dos triglicerídeos.

 

 

Desenvolvimento do Duodeno

 

No inicio da 4º semana, o duodeno se desenvolve a partir da extremidade caudal do intestino anterior e da extremidade cefálica do intestino médio (Fig. 4-A). A união entre ambos os segmentos do intestino primitivo forma uma alça duodenal, que através da rotação do estomago, gira se posicionando externamente ao peritônio.



Figura 4   Ilustrações dos estágios progressivos no desenvolvimento do duodeno, fígado, pâncreas e sistema biliar extra-hepático. A, na quarta semana. B e C, Na quinta semana. D, Na sexta semana.


 

Desenvolvimento do Fígado e Vesícula Biliar

 

O fígado e o sistema de ductos biliares surgem através dos brotamentos do endoderma da porção caudal do intestino anterior. O mesoderma lateral esplâncnico é responsável pelo tecido conjuntivo desses órgãos.

O fígado assume a função de produção de células sanguíneas em torno da 8ª semana. (depois a função é assumida pela medula óssea). A formação da bile pelas células hepáticas começa na 12ª semana. A bile é responsável pela absorção das gorduras para a digestão.


No desenvolvimento fetal, o fígado chega a pesar 10 % do peso corporal do bebê. Trata-se de um órgão com grande função metabólica. Ele é responsável por captar, acumular e transformar metabólicos, além de neutralizar substancias tóxicas e produzir proteínas.

 

Desenvolvimento do Pâncreas

 

Desenvolvido no endoderma associado ao sistema digestório. Também é formado a partir do reposicionamento no sistema digestório.

 

 É um órgão exócrino e endócrino. A parte exócrina forma o suco pancreático e a parte endócrina é responsável por secretar a insulina e o glucagon. A insulina é secretada aproximadamente na 10ª semana. A insulina fetal é responsável por mobilizar a glicose vinda da circulação materna para o desenvolvimento do feto.



 Ilustrações dos estágios sucessivos no desenvolvimento do pâncreas da quinta até a oitava semana.

 

Desenvolvimento do Baço

 

O baço começa a se desenvolver na 5ª semana, mas só adquire seu formato característico durante a fase fetal.  É derivado de uma massa de células mesenquimais localizada entre as camadas do mesogástrico dorsal (Fig. 5 – A e B).   No feto, o baço possui lóbulos, os quais desaparecem antes do nascimento. 

 

Figura 5.

 

Desenvolvimento do Intestino Delgado

 

O intestino delgado corresponde à parte mais longa do tubo gastrointestinal. A parte inicial do intestino delgado é formada ainda no intestino anterior, mas a parte final é formada no intestino médio. Caracteriza-se por seu rápido crescimento longitudinal. Grande parte deste desenvolvimento ocorre entre a 6ª e a 9ª semanas fora da cavidade abdominal (hérnia umbilical fisiológica).

 


A hérnia umbilical fisiológica é uma projeção do intestino, que ocorre devido ao espaço insuficiente para o crescimento rápido do intestino médio no abdômen. Entre a 10ª e 11ª semanas, essas hérnias desaparecem.  pelo próprio giro do estômago e pela expansão da cavidade abdominal pra acomodação dessas alças abdominais.

 



A principal função do intestino delgado é a absorção de nutrientes. O intestino delgado possui uma intensa área absortiva gerada pela presença de microvilosidades (dobramentos na membrana das células que revestem o intestino) e de vilosidades (dobramentos do próprio epitélio). Eles aumentam em 600 vezes a superfície do intestino, aumentando essa área de absorção do intestino.

 

 

Onfalocele congênita

Quando as alças abdominais não alcançam a cavidade abdominal, o bebê nasce com partes do intestino e algumas vezes até do fígado para fora do abdômen.


 






Ocorrência:

 

1 a cada 5.000 nascimentos – partes do intestino para fora do abdômen.

 

1 a cada 10.000 anscimentos – partes do intestino e do fígado para fora do abdômen.

 

Gente, eu já havia falado sobre a Onfalocele congênita em outra postagem. Se vocês quiserem saber mais sobre esse assunto, cliquem aqui.

 

https://lunaembriologia.blogspot.com.br/2016/05/oiee-meus-amigos-e-amigas-amomuito-voces.html.

 

 

Formação do Intestino grosso

 

Parte do intestino médio com o intestino posterior formam o intestino grosso. Ele também será reposicionado durante o desenvolvimento. É dividido em colo ascendente, colo transverso, colo descendente, e o ânus.

 

Possui como função principal a retirada de água do bolo fecal para reabsorção dessa água. Possui poucas microvilosidades na porção inicial do intestino grosso. O epitélio sofre imaginações formando glândulas chamadas de tubulares mucosa. Fazendo a produção de muco importante para as fezes poderem deslizar sobre as paredes do intestino grosso.

 

canal anal: Os dois terços superiores derivam do intestino posterior, já o terço inferior é desenvolvido a partir do proctomeu (figura ao lado). O canal do ânus é queratinizado e contínuo com a pele em torno do ânus.

O reto e o canal anal, mostrando suas origens de desenvolvimento.
















Ânus imperfurado

Ilustração de anomalia anorretal antes e depois da cirurgia de correção.

É um defeito congênito que ocorre de 1 para 5.000 nascimentos e os meninos são mais afetados que as meninas. A anomalia acontece entre a 5ª e a 7ª semanas de gravidez. Em geral ocorre juntamente com outros defeitos do reto. O diagnóstico é feito logo após o nascimento, sendo um caso grave e que requer intervenção imediata. Em grande parte dos casos, a criança é logo submetida a uma cirurgia corretiva que apresenta resultados muito positivos.


 

 

Agora vamos para o sistema urinário...

 



Sistema Urinário


Vocês sabiam que o sistema urinário e o sistema genital estão associados durante o dobramento do embrião?
Então durante o dobramento o mesoderma intermediário é deslocado ventralmente e perde a ligação com os somitos. E a crista urogenital é formada em cada lado da aorta dorsal. A parte que forma o sistema urinário é o cordão nefrogênico, e a parte que forma o genital é a crista gonadal.

O sistema urinário e formado por rins, bexiga, uretra e ureteres; os primeiro três conjuntos de órgãos excretores que se desenvolvem.

a)      Pronefro: O pronefero aparece no inicio da quarta semana em embriões, são alguns grupos de células na região do pescoço. Os ductos pronéfricos  dirigem-se caudalmente e se abrem na cloaca. Logo ele se degenera mas a maioria dos ductos persiste e é utilizado pelo próximo conjunto de rins.

b)    Mesonefro: aparece no fim da quarta semana quando o pronefro se degenera, e funciona até que os rins permanentes se desenvolvam. Consistem em glomérulos e túbulos mesonefricos que eram os ductos pronéfrico, e também se abrem na cloaca. O mesonefro degenera no final do primeiro trimestre e os seus ductos tornam-se os ductulos eferentes do testículos e originam vários derivados adultos no sexo masculino.                                                                                       


c)      Metanefro: Começa a desenvolver no inicio da quinta semana e é o principio dos rins permanentes, começa a funcionar quatro semanas mais tarde, a urina e excretada  na cavidade amniótica e mistura-se com o líquido amniótico.
Os rins permanentes se desenvolvem do divertículo metanéfrico e a massa metanéfrica de mesoderma intermediário.




Depois e formado o inicio da uretra, pelve renal dos cálices e dos tubos coletores, através de uma envaginação do ducto mesonéfrico (divertículo metanéfrico) próximo a entrada na cloaca, na medida que se alonga, o divertívulo   metanéfrico penetra no blastema metanefrogênico, massa de células que forma os nefróns. O pedículo do divertículo torna-se o ureter e sua extremidade cranial forma a pelve renal. A  ramificação dos brotos se diferenciam em túbulos coletores.
Os túbulos coletores do metanefro são formados por ramificações, que formão derivação sucessivas de túbulos coletores.
Cálices maiores: são formados pelas quatro primeiras gerações  de túbulos que aumentam de tamanho. As próximas  quatro gerações se juntam para formar os cálices menores. É tanta coisa que acontece né gente, eu achava que simplesmente as células começavam a se desenvolver e os órgãos cresciam, mas tem muitos detalhes.
A ponta de cada túbulo faz com que grupos de células mesenquimais formem pequenas vesículas metanéfricas, que se alongam e tornam-se túbulos renais.
As extremidades proximais do túbulo são envolvidas pelos glomérulos.
O corpúsculo renal, o túbulos contorcidos proximal e distal, a alça de néfron formam um néfron.Os túbulos entram em contato e então formam o túbulo urinífero.
Os rins fetais são subdivididos em lobos. Imagina um monte de feijão pequeno é parecido.  A maturação dos rins ocorre  assim que nascem os bebês. Já a lobulação desaparece na infância, conforme os néfrons vão crescendo, e no seu limite, a formação de néfrons está completa e cada rim contendo quase dois milhões de néfrons. To boba olha que tanto.




Também acontece mudança de posição dos rins
. Na pelve os rins metanéfricos ficam próximos, conforme o abdome cresce os rins se posicionam e se afastam um do outro. De acordo com que eles sobem  também giram aproximadamente 90º, por volta da nona semana, os rins entram em contato com as glândulas supra-renais ao atingir sua posição adulta.


Bexiga

A bexiga inicialmente está em continuidade com alantóide, que logo sofre compressão e se torna em um cordão fibroso espesso, o úraco.  Conforme a bexiga aumenta são incorporados as partes distais dos ductos na sua parede dorsal, contribuindo assim, para formação do tecido conjuntivo do trígon  da bexiga. Da parte do endoderma da vesícula do seio urogenital se deriva o eptelio da bexiga. As outras camadas se desenvolvem do mesênquima esplâncnico adjacente, com absorção dos ductos, os ureteres passam a se abrir separadamente na bexiga, nas meninas as extremidades distais dos ductos mesonéfrico degeneram, já nos meninos os orifícios dos ductos movem-se juntos e penetram na parte prostática da uretra e as extremidades caudais se tornam ductos ejaculatório.


Uretra

Gente a uretra e o canal do aparelho urinário que conduz a urina da bexiga para o meio exterior.  O tecido conjuntivo e o músculo liso da uretra são derivados do mesênquima esplâncnico nas meninas e nos meninos, já o epitélio é derivado do endoderma do seio urogenital. O cordão ectodérmico se canaliza e se une com o restante da uretra esponjosa, o epitélio da parte terminal da uretra é derivado do ectoderma superficial.
















Então turminha, por hoje é só, boa tarde para vocês. Bjs!






Referências:

 

KEITH L. MOORE/T.V.N PERSAUD, Embriologia Básica  tradução da 8ª edição, pags. 137 e 159.

http://professor.ufrgs.br/simonemarcuzzo/files/desenvolvimento_do_sistema_digestorio.pdfAcesso em 28/05/2016.

http://pt.healthline.com/health/imperfuracao-anal#Panoramageral1Acesso em 01/06/2016,


 



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